Terça-Feira, 21 de Agosto. Às 5.30h da matina berra o despertador na mesa de cabeceira. Duche rápido e ála, lá vai o gajo e a sua cara metade a caminho da Portela. Destino: Marraquexe, com escala em Casablanca.
Chek in feito ai vão eles pela pista fora até ao avião. Avião que é como que diz, que aquilo de coisa alada só tinha mesmo as asas. Parece que a RAM - Royal Air Maroc - está a cortar nos voos e por isso viajámos numa coisa que há uns anos servia para transportar galinhas e que agora serve para fazer a ligação Lisboa - Casablanca...
Chegados a Casablanca e depois de já estarmos à vinte minutos na fila dos voos domésticos, ouvimos nos altifalantes o nosso nome, afinal estavamos no sitio errado, tinhamos de ir para a porta das correspondências, o que vale é que os gajos também são simpáticos e o avião esperou por nós... Para a ligação Casablanca - Marraquexe a RAM dignou-se a apresentar um Boing 737-500 o que só lhe ficou bem...
13.00h chegada a Marraquexe. 13.15h a confirmação. A bagagem tinha ficado em Lisboa...
O resto da tarde foi para ambientação ao quarto de hotel e a toda a sua mobília...
Ao fim da tarde, pela fresquinha que os 33 graus permitiam partimos à descoberta das ruas mais próximas do hotel.
Ao encontrarmos um mercado nem hesitamos. Enfiamos por ali a dentro como se fossemos donos daquilo. Má ideia!!!
Fomos imediatamente raptados pelo Amed, que nos impingiu dois cinzeiros horríveis à conta do nosso medo e da conversa de que tinha sido pai naquele dia de uma menina a quem chamara Sara. Medo porquê?, perguntam vocês. Medo porque mal nos apanhou ao alcance da sua mão o Amed enfiou-nos dentro da sua tabanca, mandou-nos sentar na parede mais longe da entrada enquanto ele e um amigo se sentaram de forma a obstruirem-nos a passagem, sacou de uma pedras de haxixe, ligou o seu rádio de onde saiu a voz do Marley e disse-nos: então vamos lá conversar um pouco enquanto não vem o chá de menta!
Ora porra, escusado será dizer que por esta altura eu e a minha gaja trocavamos olhares aterrados e pensavamos na maneira mais fácil de sair dali...
O Amed, que noutras circunstâncias eu teria considerado uma simpatia, aumentou o volume do rádio - I love Bob Marley!, dizia - enfiou dois cinzeiros num saco de plástico, deu duas passas no charro e passou-me para as mãos os cinzeiros e a ganza. - Cheguei à pouco do hospital, dizia, fumem e bebam comigo para comemorar. Aqui o gajo, sem saber o que fazer lá agarrou nos cinzeiros, mandou umas baforardas na coisa, olhou para a mulher e em uníssono lá se levantaram. O Amed puxava-nos para que nos sentássemos, ainda faltava o chá dizia, mas eu e a mulher, que eramos os únicos ocidentais no mercado, agradecemos muito mas que não podíamos ficar. Tinhamos amigos à espera, que aliás deviam estar à porta do mercado e que entretanto vinham à nossa procura, por isso não podiamos ficar.
Relutantes, e depois de lhes ter dado 2.00 euros por dois cinzeiros que nem sequer escolhi, o Amed e o amigo lá nos deixaram sair.
Já fora do mercado respiramos fundo, marcámos a rua para lá não voltarmos e demos corda aos sapatos...
Jantámos numa Pizza Hut, que por questões culturais substitui a cheese-ham por margueritas, onde por duas pizzas individuais e duas coca-colas pagámos 10.00 euros. Cambada de chulos estes fast-food cá em Portugal...
De pança cheia resolvemos encarar o caminho de volta. Não é fácil circular em Marraquexe, nem de carro nem a pé, pelo menos durante o período inicial de habituação, ainda assim conseguimos chegar ao hotel sem grandes sobressaltos.
E assim foi o nosso primeiro dia em Marraquexe...
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